Exames Complementares

São denominados Exames Complementares Ocupacionais todos aqueles que auxiliam o médico na elaboração de um diagnóstico.

Na prática da medicina do trabalho, os exames complementares ocupacionais ocupam uma dimensão importante, pois nem sempre os pacientes/funcionários apresentam queixas, uma vez que se trata de uma Medicina Preventiva do Trabalho, ou seja, a doença precisa ser detectada em sua fase inicial ou pré-clínica.

Se a função que será exercida apresentar riscos para a saúde do trabalhador ou se o mesmo apresentar condições preexistentes que precisam ser amplamente averiguadas, alguns Exames Complementares Ocupacionais são exigidos, de acordo com o que manda as diretrizes do PCMSO e com as dúvidas do médico responsável.

Os Exames Complementares São:

  • Audiometria: É um exame complementar ocupacional que é realizado para avaliar como está à capacidade auditiva e de detectar sons de uma pessoa. A audiometria ocupacional deve ser realizada em todos os colaboradores que exerçam ou irão exercer atividades em ambientes expostos a ruídos e tem como objetivo avaliar a audição dos colaboradores e detectar possíveis alterações. É uma obrigação legal! É muito importante que seja realizada na admissão do colaborador, seis meses após a contratação, anualmente e na demissão, ou de acordo com o descrito no PCMSO.
  • Exames Laboratoriais: Os exames laboratoriais são chamados de exames complementares ocupacionais porque auxiliam na avaliação médica. Os resultados do exame laboratorial junto com o exame físico do colaborador servem de base para avaliar suas condições de saúde e detectar várias doenças como: Hipertensão Arterial, Diabetes, Colesterol alto, etc. Além da detecção de doenças pré-existentes através dos exames complementares, também é possível identificar eventuais contaminações devido à exposição a riscos químicos e biológicos durante o desenvolvimento das atividades laborais.;
  • Acuidade Visual: A definição da avaliação de acuidade visual é o grau de aptidão do olho, para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos. Essa capacidade discriminatória é atributos dos cones (células fotossensíveis da retina), que são responsáveis pela Acuidade Visual, central, que compreende a visão de forma e a visão de cores. A principal finalidade da avaliação de acuidade visual é atestar a plena condição clínica do trabalhador a executar determinada tarefa. Outro objetivo da avaliação de acuidade visual é informar através do exame realizado, a normalidade ou anormalidade do mesmo;
  • Espirometria: É um exame complementar ocupacional onde é realizado um teste que mede a quantidade de ar que uma pessoa é capaz de inspirar ou expirar a cada vez que respira, ou seja, a quantidade de ar que um indivíduo é capaz de colocar para dentro e para fora dos pulmões e a velocidade com que o faz. Para que serve a espirometria? A espirometria serve para diagnosticar ou acompanhar a evolução de doenças pulmonares e para avaliar a capacidade pulmonar em pré-operatórios ou mesmo em pessoas sadias que queiram aferir sua capacidade respiratória (atletas, por exemplo). Ela serve para indicar se a quantidade de ar inspirado está sendo suficiente para as necessidades do indivíduo ou se há alguma obstrução pulmonar. Em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, bronquite, enfisema, fibrose e outras doenças pulmonares, a espirometria, feita periodicamente, serve para avaliar o efeito do tratamento médico. A espirometria não deve ser realizada caso a pessoa esteja gripada ou resfriada.;
  • Eletrocardiograma - ECG: Apesar da continua renovação das tecnologias utilizadas para a realização de diagnósticos médicos, o eletrocardiograma (ECG), disponível desde o início do século passado, ainda mantém um papel central na investigação de várias doenças cardíacas. O ECG é um exame complementar importante para a interpretação do ritmo cardíaco e para a detecção de isquemia do coração. O eletrocardiograma é também de grande valor na avaliação de outros tipos de anormalidades cardíacas, incluindo doenças das válvulas cardíacas, cardiomiopatia, pericardite e sequelas cardíacas da hipertensão arterial. O eletrocardiograma é um exame que detecta a atividade elétrica do nosso coração. Podemos dizer que nosso coração é um órgão movido a eletricidade. Cada batimento, cada contração do músculo cardíaco, cada movimento das válvulas do coração são comandados por pequenos impulsos elétricos gerados no próprio coração. Graças ao ECG conseguimos identificar os padrões normais de transmissão e geração destes impulsos elétricos. Anomalias na atividade elétrica cardíaca são sinais claros de que há problemas com nosso coração.
  • Eletroencefalograma - EEG:O Eletroencefalograma (EEG) é um tipo de exame neurofisiológico útil para avaliar a função do cérebro através da análise da atividade elétrica cerebral espontânea. Indicado para os mais variados transtornos neurológicos, este exame é essencial para o diagnóstico de epilepsias, demências (como Doença de Alzheimer), encefalopatias diversas (de causa hepática, renal, por efeito de medicamentos, entre outras), infecções do sistema nervoso central (encefalite herpética, panencefalite esclerosante subaguda), alguns casos psiquiátricos e outros transtornos neurológicos. No caso de exame ocupacional, é realizado principalmente para as atividade de motorista, operador de empilhadeira e trabalhos em altura;
  • Radiografias: O Raio X de Tórax é o exame radiológico mais comumente pedido pelo Médico do Trabalho. Todos os funcionários expostos a poeira, pó, névoa, câmaras frias, tintas e solventes em seu ambiente de trabalho (como acontece com: serralheiros, pintores, caldeireiros, jateadores, fracionadores de medicamentos, pedreiros, serventes, etc.) deverão realizar tal exame. A periodicidade do exame será estipulada pelo Médico Coordenador do PCMSO.
  • Esse exame consiste em uma radiografia do tórax, usada para diagnosticar doenças que afetem o tórax, seu conteúdo e suas estruturas próximas. Com o Raio X de Tórax avaliam-se os pulmões, o tamanho e os contornos do coração, mediastino, pleura, diafragma e os ossos da caixa torácica (costelas, esterno e vértebras). O Raio X da Coluna Vertebral também é um exame que pode ser pedido pelo Médico do Trabalho.
  • Todos os funcionários que carregam peso deverão realizar tal exame (carregadores, pedreiros, serventes, etc.). A periodicidade do exame será estipulada pelo Médico Coordenador do PCMSO. Os Raios-X da coluna vertebral podem ser realizados para avaliar qualquer área da coluna vertebral (cervical, torácica, lombar, sacral, ou coccígea). O exame de Raio X da Coluna é usado para diagnosticar doenças que afetam a coluna vertebral, seu conteúdo e suas estruturas próximas.
  • Os Raios X da Coluna Vertebral podem ser realizados para diagnosticar dor nas costas ou no pescoço, fraturas ou ossos quebrados, artrite, espondilolistese (o deslocamento ou deslizamento de uma vértebra sobre o que está abaixo dela), degeneração dos discos, os tumores, anormalidades no alinhamento da coluna vertebral, como cifose, ou escoliose, ou anomalias congênitas.
  • Exame Toxicológico: O exame toxicológico é realizado a partir da coleta de uma pequena amostra de cabelos (mecha fina, mais ou menos da espessura de uma caneta Bic, próximo à raiz); pelos de partes do corpo (peito, pernas, braços, axilas) ou em casos especiais o exame toxicológico pode ser feito através de raspa de unha, colhida por um funcionário treinado do laboratório escolhido.

    O exame toxicológico é chamado de ‘larga janela’ porque detecta o uso de substâncias psicoativas (drogas) em um período de 90 dias antes da realização do teste. O exame toxicológico não exige nenhuma preparação prévia. O uso de produtos como gel, shampoo, condicionador ou tintura não influenciam o resultado do teste. As amostras são acondicionadas em kits apropriados e enviadas à Global Med Work para análise. As substâncias avaliadas são: maconha e derivados; cocaína e derivados (crack, merla e outros); anfetaminas (rebites); metanfetaminas (speed, ice e outros); ecstasy (MDMA e MDA); opiáceos (heroína, morfina, codeína e outros), codeína, femproporex, mazindol, oxicodona e anfepramona.

    O exame toxicológico não detecta consumo de energéticos, antidepressivos, álcool, anabolizantes, calmantes e similares.